AULA: 08/06/2017
TAHKO, T. E. Kant
and the possibility of Metaphysics. In: The
necessity of metaphysics. PHD. Thesis (Department of Philosophy) – Durham University,
2008, pp.33-44. (Tradução:
Me. Victor Hugo de Oliveira Marques)
KANT E A POSSIBILIDADE DA METAFÍSICA[1]
No capítulo anterior, sugeri que minha concepção de
metafísica é mais aristotélica do que kantiana, e dissemos o que a metafísica
aristotélica significa de fato. Na
sequência, examinarei a metafísica kantiana e a crítica de Kant à metafísica de
modo similar. Tal como Aristóteles, devo novamente enfatizar que o que chamo de
metafísica kantiana não tem necessariamente muito a ver com a concepção mesma
de Kant de metafísica ou com os detalhes de sua teoria – independentemente da
visão própria de Kant, é claro que ele tem tido uma enorme influência de todos
os metafísicos desde então. Veremos, portanto, que Kant pode realmente ser lido
de um modo não muito hostil ao sentido que eu previamente chamei de metafísica
aristotélica. É digno de nota ainda que, quando me refiro à influência negativa
de Kant para a metafísica – como farei ao longo desta tese – minha briga não é
tanto com Kant enquanto tal, pelo contrário, é mais com certas interpretações do
que com o significado da crítica à metafísica propriamente dita.
Um tópico que Kant contribuiu, e do qual é certamente
muito compatível com a linha aristotélica de pensamento, é a natureza da
metafísica como uma disciplina. Na verdade, a questão de Kant: “como a
metafísica, como predisposição natural, é possível?” (B 22) é ainda uma das questões
mais difíceis para os metafísicos. A resposta de Kant, claro, é bem familiar:
tudo pode ser alcançado sob os juízos sintéticos a priori. Esta via, portanto,
não obstante sua nobre motivação subjacente, não é satisfatória para alguns que
pretendem permanecer no domínio da metafísica realista. Apesar da tentativa de
Kant de abandonar a metafísica dogmática, sua concepção de a priori o conduz a uma difícil posição. Com isto, refiro-me nada
mais que o familiar problema de afirmar que a geometria euclidiana é a priori, a qual, por meio da compreensão
de Kant de a priori, quer-se dizer
que ela é, de fato, necessária. Mas como é bem sabido, a teoria da relatividade
e a mecânica quântica levantam inumeráveis problemas para as verdades a priori supostamente necessárias. Neste
caso, parece não haver um modo particularmente kantiano de lidar com isto, como
Penelope Maddy (2000: 102) coloca. Este impasse, certamente, não deve forçar-nos
a abandonar totalmente Kant. Tal como será visto, o que nos parece é que a
concepção de Kant de a priori deve meramente
ser posta em questão. Infortunadamente, isto nos levaria a um desnecessário ceticismo
a respeito de nossa capacidade de alcançar o conhecimento do mundo enquanto tal. Por outro lado, uma vez que já se estabeleceu
que a busca desesperada da necessidade é que nos leva a este ceticismo, podemos, da mesma forma, ver que o projeto de Kant não
tem um terreno a oferecer para a metafísica realista.
Primeiro, vamos examinar qual é realmente a concepção metafísica
de Kant. Já no prefácio da Crítica da Razão Pura, Kant oferece uma
consideração do que a metafísica é:
Metafísica – uma
cognição especulativa da razão absolutamente a parte que se eleva inteiramente
acima de toda instrução da experiência e isto por meio de meros conceitos (não,
como a matemática, por meio da aplicação de conceitos à intuição), a qual a
razão, assim, é considerada sua própria discípula. – não tem sido, até agora,
tão favorável pelo fato de não ter sido capaz de entrar no curso seguro de uma ciência,
embora seja mais antiga que todas outras ciências e permaneceria ainda que
todas as outras fossem devoradas por um barbarismo voraz. Pois nela, a razão
permanece continuadamente presa mesmo quando alega a intuição a priori [como ela
pretende] naquelas leis confirmadas pela experiência comum (B xiv).
Nesta passagem, Kant expressa sua hostilidade a um
tipo de metafísica dogmática que Leibniz, Wolff e Baumgarten estão envolvidos[2]. O
problema que Kant vê com o projeto desta metafísica tradicional é que ela nunca
poderá chegar ao curso seguro de uma ciência. Para tornar possível o avanço da
metafísica ao nível de ciência, algo deve ser feito. Frustrado com o total
fracasso dos metafísicos dogmáticos em alcançar algum tipo de consenso ou
resultado convincente, Kant introduz sua famosa revolução e sugere que talvez
devêssemos assumir a tarefa de tentar acessar os objetos com a ajuda de um
raciocínio a priori, e mais, admitir
que os objetos devam conformar a nossa cognição (B xvi). Eu denominei esta revolução
de famigerada porque ela me parece ser precisamente o ponto de viragem onde o
ceticismo vence o realismo. A partir
deste ponto, Kant abandona a ideia que poderíamos mesmo chegar ao conhecimento
do mundo exterior. Porém isto também é uma conclusão precipitada.
Para obter alguma intuição no que está sendo exposto
aqui, deveríamos considerar, em primeiro lugar, porque Kant escolhe o caminho
cético. Eu acredito que duas coisas contribuíram para isto: [1] a concepção
metodológica da metafísica tal como Kant tinha aprendido desde os metafísicos
dogmáticos como Leibniz e Wolff, e [2] a visão supra-otimista do poder do
raciocínio a priori. A primeira já aparece na passagem citada anteriormente:
Kant concebe a metafísica como uma disciplina em que ela é inteiramente a priori,
consistindo de raciocínios que incluem somente meros conceitos. Talvez haja
ainda alguns metafísicos que sejam inclinados a dizer que isto realmente seja a
metafísica[3],
mas a maioria dos metafísicos modernos claramente admite elementos a posteriori em suas teorias. É exatamente
o desespero da abordagem conceitualista que subjaz a isto, e não é espantoso
que Kant admitisse ser impossível para a metafísica alcançar o status de uma ciência
à medida que ela tivesse tal concepção. Porém, isto não explica porque Kant tomou
o caminho que de fato ele traçou, uma vez que ele poderia apenas ter revisado
sua concepção de metafísica, admitindo elementos a posteriori nela. Por outro lado, para Kant, havia pelo menos uma
disciplina que era completamente a priori e bem satisfatória: a matemática
(embora ele especifique que a matemática procedia da aplicação de conceitos à
intuição, diferente da metafísica). Parecia ser difícil imaginar porque a metafísica
não poderia ser totalmente a priori, se a matemática era. Seja como for, isto
ainda não é suficiente para explicar a necessidade de Kant abandonar toda
confiança de chegar ao conhecimento do mundo exterior.
A explicação que estamos procurando pode ser
encontrada a partir da não tão clara verdade de Kant a respeito de nossas
capacidades a priori. É precisamente
a matemática que Kant usa para exemplificar o poder de um juízo a priori. Aqui, contudo, não discutirei
se a matemática é realmente uma disciplina a
priori ou não, mas, para mim, é bem plausível que ela contenha ao menos
alguns elementos a priori. O
problema, porém, não é se a matemática é a
priori ou não, mas se o juízo a
priori é capaz de reter necessidades. Kant coloca sua visão como segue:
Uma nova luz irrompeu
sobre a primeira pessoa que demonstrou o triângulo isósceles [...]. Pois ele
encontrou esta demonstração não por traçar o que ele viu nesta figura, ou mesmo
seu mero conceito, compreendendo-o desde as propriedades da figura; mas, pelo
contrário, ele produziu, a partir desta última, o que ele mesmo pensou no interior
do objeto e representou (por meio de construção) em acordo com conceitos a
priori, e que, em razão disto, para conhecer algo seguramente a priori, ele
nada atribuiu à coisa, exceto o que segue necessariamente desde que ela mesma
tenha posto em acordo com seu conceito (B xi-xii).
Até aqui tudo bem: para Kant, o juízo a priori delimita estritamente com
necessidade. E como os metafísicos dogmáticos não parecem chegar a um consenso,
já que eles obviamente deveriam ter, pois necessidades são envolvidas, torna-se
evidente que algo foi feito errado em um nível fundamental. Como Kant disse, o único modo de sustentar a
necessidade era virar a figura de cabeça para baixo e reconhecer que nós não podemos
obter conhecimento sobre os objetos em si mesmos. A única certeza é que nossa
cognição adapta estes objetos em um certo modo.
Evidentemente, hoje temos plena consciência que os
axiomas euclidianos concernentes ao triangulo isósceles não são de forma alguma
necessários. Isto nos leva a duas opiniões: ou temos que dizer a geometria
euclidiana, afinal de contas, não era a
priori, ou temos que renunciar a necessidade envolvida com o a priori. Assim, o caminho que Kant quer
tomar não é aberto a nada mais: seu idealismo transcendental não é capaz de
sustentar a distinção entre conhecimento a
posteriori e a priori (Maddy
2000:102). Efetivamente, isto deixa a questão duvidosa, pois a necessidade que
Kant tão ardentemente desejou tem sido derrubada e isto nos coloca em uma
situação em que temos que escolher entre o realismo empírico puro ou o genuíno
ceticismo.
Felizmente, nós não temos que tomar esta rota. Há um
terreno que é útil no projeto de Kant e seria uma pena jogar fora. Eu penso que
podemos salvar tudo isso se derrubarmos a velha concepção formada de a priori. Há de fato outra razão para fazer
isto também, pois parece que a tradicional concepção (cartesiana) de a priori é bem vulnerável a objeções.
Isto não é surpreendente, conforme temos visto, para onde ela nos leva. Porém,
eu ainda estou querendo defender uma visão de metafísica que ainda leva em
conta muito o a priori. Talvez não o
suficientemente forte como Kant sugeriu, pois certamente deveríamos admitir
elementos a posteriori na metafísica,
mas, no entanto, é o juízo a priori
que é o centro da metafísica.
Então, deveríamos mudar nossa concepção de a priori? Bem, é claro que de algum modo
temos que evitar o fim-último que vimos em Kant. Em outras palavras, temos que
lidar com o fato que a geometria euclidiana não é suficientemente necessária
como Kant pensou. Não obstante pudéssemos tentar negar a aprioricidade da geometria euclidiana, não vejo realmente como isto
pudesse ser feito. Pois ainda que concluíssemos que, neste caso, nossa
capacidade psicológica, ou alguma coisa semelhante, falhasse e produzisse a
incompreensão, não explicaria o fato de que em muitos casos a geometria
euclidiana é mais que suficiente. Parece óbvio que alguma coisa foi apreendida,
e esta alguma coisa foi apreendida sem ajuda de um conhecimento empírico. É
claro que deve ter sido um caso de juízo a
priori. Logo podemos fazer mais: reconhecermos que, ainda que a informação seja
alcançada com a ajuda de um juízo a priori,
ela é revisável. Obviamente isto tem algumas importantes implicações, pois isto
quer dizer que nenhuma disciplina, seja a
posteriori ou a priori, nem mesmo
a metafísica, pode alcançar certezas. Para alguns, isto pode ser difícil de
aceitar, mas eu realmente não vejo porque isto seria uma coisa ruim, ademais,
isto é alguma coisa que a ciência tem experimentado o tempo todo. De fato,
acredito que aqui está nossa resposta à questão de Kant, ou seja, como é
possível a metafísica como ciência. Bem, a metafísica é possível como ciência
apenas se sua revisibilidade e falibilidade forem reconhecidas[4].
Acredito que é ligeiramente complicada, para Kant, uma
solução como esta, uma vez que ele parte sua análise exatamente da consideração
de como a metafísica poderia alcançar um caminho seguro da ciência. Ele repetidamente
usa a matemática e a física como exemplos e nelas parece haver uma enorme verdade,
especialmente na matemática. Porém não importa quão seguro seja o caminho da ciência,
ela não permanece assim se não for revisável. Talvez precisássemos de Einstein
e da mecânica quântica para efetivamente mostrar quantas coisas poderiam estar
erradas mesmo nas mais elaboradas passagens de um juízo a priori, porém parece claro que o tipo de necessidade que Kant
quer associar com ele [com o juízo a priori] está perdido para sempre.
Tendo dito isto, devo acrescentar que encontro no
projeto de Kant bastante frutos para a metafísica, ainda que ele tenha
certamente motivado algumas das muitas atitudes anti-metafísicas enquanto tal.
Deixe-me ilustrar alguns destes aspectos positivos. Primeiro de tudo, Kant mais
ou menos restabeleceu a metafísica do dogmatismo que tinha prevalecido por
bastante tempo, embora Kant mesmo credite Hume por isto. Segundo, sua tentativa
de resolver se e como a metafísica poderia tomar o caminho seguro da ciência é
metodologicamente de máxima importância, ainda que ele não despenda muito mais
tempo com discussões metodológicas. Isto é uma coisa que as teorias metafísicas
modernas também carecem amiúde. Terceiro, penso que ele fez um importante trabalho
ontológico, não importando o fato de que ele o fez na estrutura do mundo
conforme ele aparece para nós. Diferentes
outras leituras de Kant tornam-se necessárias para metafísicos realistas. Tenho
assumido acima uma leitura mais rígida de Kant, porém se a questão pode ser
feita com esta leitura, então ela certamente pode ser feita se Kant for
interpretado um pouco menos ceticamente.
O que torna a teoria de Kant ontologicamente
interessante é que suas categorias podem ser tomadas para refletir a efetiva
estrutura categorial da realidade. Depois da revisibilidade do a priori ter sido admitida, este movimento
é bem fácil: podemos fazer muito só com a ajuda do a priori antes de ter de voltar para a informação empírica para
verificar nossos resultados a priori. Contudo isto quer dizer que para receber a
estrutura efetiva da realidade, temos que, também, ver como as coisas aparecem
para nós empiricamente. Assim, qualquer rumo que tomemos aqui, o procedimento
básico de alcançar qualquer tipo de informação racional é sempre o mesmo, ou
seja, testando se nosso resultado a priori
adéqua ao quadro empírico. Sem muita especulação, emerge que isto é exatamente
como a ciência procede. Não faço pensar
que Kant negaria isto, pois com respeito a matemática e ciência natural ele diz
o que segue: ‘Sobre estas ciências, desde que elas são atualmente dadas, elas
podem apropriadamente ser indagadas como elas são possíveis ; para que elas
possam ser possíveis é provado por meio de sua atualidade’ (B 20). À luz desta citação,
parece claro que Kant está bem confiante sobre a possibilidade de uma “matemática
pura” e uma “ciência natural pura”, tal como denomina – estas disciplinas ‘puras’
são, tal como as compreendo, naturalmente a
priori. Porém, o que garante que elas são possíveis é que elas são efetivas.
Eu não me oponho a isto, pois é tal como eu sugiro acima. Parece que a
metafísica não é diferente no que diz respeito a esta acomodação entre a priori e efetivo. De fato a
metodologia é idêntica: delineamos as possibilidades ontológicas a priori e, então,
vemos quais daquelas são atuais. Isto implica que a metafísica e a ciência
caminham lado a lado[5].
Alguns aportes para esta leitura pode ser encontrada nos
Fundamentos Metafísicos da Ciência
Natural de Kant. No prefácio, Kant sugere que:
Uma doutrina racional
da natureza assim merece o nome de uma ciência natural só no caso de nisso as
leis naturais fundamentais serem reconhecidas a priori, e não serem meras leis
da experiência. Denomina-se pura, uma cognição da natureza de primeiro tipo, e
a de segundo tipo é denominada de cognição racional aplicada. A primeira palavra
natureza já carrega com ela o conceito de leis, e a última carrega com ela o
conceito de necessidade de todas as determinações de uma coisa ser ao longo de
sua existência, facilmente se vê porque a ciência natural deve derivar a
legitimidade de seu título só de sua parte pura – particularmente, isto que
contem um princípio a priori de todas outras explicações naturais – e porque só
em virtude de sua parte pura é a ciência natural ser propriamente ciência (4:
468-469).
Aqui nós
vemos bastante claro que Kant compartilha a visão de Aristóteles que ciência
natural tem algo metafísico, um fundamento a
priori. Kant foi bastante inspirado pelo desenvolvimento da ciência no fim
do século XVIII e nos Fundamentos
Metafísicos da Ciência Natural ele tenta caracterizar algo dos princípios a priori que governa o estudo da natureza,
tal como a divisibilidade infinita da matéria (4: 503). Novamente, Kant
enfatiza que os princípios que fundam as leis naturais devem ser necessários. Fortemente
influenciado pelo recente sucesso de Newton, ele considera a parte a priori da ciência para ser largamente
matemática e isto, para ele, garante a necessidade de uma fundação metafísica
da ciência. Posteriormente demonstrarei como uma consideração perfeitamente possível
dos fundamentos metafísicos da ciência podem ser postos em termos fabilísticos,
por outro lado devemos ser justos com Kant e tomá-lo dentro do contexto
científico de seu tempo, que fortemente sugere que uma descrição completa da
realidade física apenas estava atrás do canto.
Kant é ciente da revolução científica que se seguiria,
ademais eu suspeito que ele teria
revisado sua visão radicalmente. Isto apenas
subscreve o fato que metafísica e ciência são um mesmo pacote e, não obstante
minha simpatia com a ideia de Kant de que haja fundamentos metafísicos para a ciência
natural, parece que a relação entre estas disciplinas tem ido a ambos os modos.
Mas esta questão será posteriormente discutida com mais detalhes. Por agora é
suficiente notar que enquanto a pretensão de certeza de Kant pode parecer haver
uma metafísica indeterminada na sua forma mais ingênua, sua obra como um todo,
pelo contrário, oferece uma grande ambição: uma parte também ambiciosa da visão
da natureza da metafísica e sua relação com a ciência natural. Eu creio ter
demonstrado que Kant, talvez, não tenha sido tanto um adversário do realismo
metafísico, mas pelo contrário um realista metafísico na veia de Aristóteles,
mesmo discordando de sua pretensa
certeza absoluta.
[1] Tradução para fins didáticos utilizado na disciplina de Problemas
Metafísicos I: Ontologia na UCDB (2017). (N. do T.)
[2] Para a discussão sobre a crítica de Kant aos metafísicos
tradicionais como mencionado, conferir Ameriks (1992). (N. do A.)
[3] Vem-me a mente: Frank Jackson,
conferir capítulo II: 3, para discussões ulteriores (N. do A.).
[4] A natureza do a priori é um tema recorrente nesta
tese. Isto serve como um ponto inicial, mas a discussão principal será proposta
no capítulo II:08. Ver também Friedman
(2000) para a discussão sobre a reconciliação da ciência moderna e o a priori
kantiano (N. do A.).
[5] Retornaremos a esta questão em maiores detalhes no capítulo II:5-7 e
9 (N. do A.).
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